
Networking não é colecionar contatos, mas construir confiança e gerar valor mútuo de forma inteligente e autêntica
Muitos empresários acreditam que networking é trocar cartões, apertar mãos e somar contatos no LinkedIn. Mas, na prática, o verdadeiro poder do networking vai muito além da quantidade: trata-se da qualidade e da consistência das relações.
Ivan Misner, fundador do BNI e considerado o “pai do networking moderno”, afirma que conexões autênticas são a base dos negócios sustentáveis, não os eventos sociais.
O networking, quando praticado com propósito e estratégia, se transforma em um ativo invisível que abre portas, acelera o aprendizado e multiplica as oportunidades. É uma das habilidades mais determinantes para o sucesso no empreendedorismo moderno.
Networking é mais ciência do que sorte
Pesquisas da Harvard Business Review indicam que mais de 85% das oportunidades profissionais e de negócios surgem de relacionamentos de confiança.
Isso significa que o networking não depende de sorte ou carisma, mas de método e constância.
Segundo Misner, o segredo é aplicar o princípio do Givers Gain: “quem dá, ganha”. Ao oferecer valor primeiro, o profissional planta as sementes da reciprocidade e constrói reputação. O networking eficaz é orientado por generosidade estratégica, não por interesse imediato.
Experiências e Networking como chaves
A verdadeira experiência não se constrói apenas na execução de tarefas, mas também na qualidade das conexões que cultivamos. Um networking genuíno vai além da simples troca de cartões; é a arte de construir uma rede de apoio sólida, onde a troca de conhecimento, oportunidades e apoio mútuo se torna um dos ativos mais valiosos para qualquer carreira.
Empatia é o novo diferencial competitivo
Daniel Goleman, autor de Inteligência Emocional, explica que a empatia é uma das competências essenciais para a liderança contemporânea.
No contexto do networking, isso significa ouvir genuinamente, compreender necessidades e criar vínculos baseados em confiança emocional.
Estudos da Gallup mostram que profissionais empáticos têm 3 vezes mais chances de gerar conexões duradouras e colaborativas. Em um mundo digital saturado, a capacidade de se conectar de forma humana se tornou o diferencial mais raro e valioso.
Conexões fracas podem gerar oportunidades fortes
O sociólogo Mark Granovetter, em seu estudo clássico The Strength of Weak Ties, demonstrou que as chamadas “conexões fracas” (pessoas fora do círculo íntimo) são responsáveis pela maioria das novas oportunidades profissionais.
Isso ocorre porque esses contatos trazem informações, perspectivas e redes diferentes das nossas.
Para o empreendedor, essa teoria é ouro: quanto mais diversificado o networking, maior o potencial de inovação e crescimento. A chave está em cultivar pontes, não apenas fortalecer laços já existentes.
O papel do propósito no networking estratégico
Adam Grant, professor da Wharton School e autor de Dar e Receber, mostra que pessoas com propósito claro tendem a criar redes mais sólidas e sustentáveis.
Quando o networking está alinhado a valores e objetivos, as conexões ganham sentido e longevidade.
Grant distingue três perfis: os takers (que apenas recebem), os matchers (que equilibram trocas) e os givers (que contribuem antes de pedir).
Os givers são os que mais prosperam a longo prazo, não por ingenuidade, mas por compreenderem o poder da colaboração genuína.
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Networking e reputação: o ativo invisível do empresário
Peter Drucker já dizia que “a reputação é o capital mais valioso de um profissional”.
No universo do networking, cada interação reforça ou enfraquece esse capital.
A confiança, uma vez conquistada, se torna moeda de influência.
Empresários que entendem isso priorizam a consistência: mantêm contato mesmo quando não precisam de algo.
Esse comportamento transforma relacionamentos em alianças, e conexões em recomendações.
Como transformar networking em resultado concreto
Saras Sarasvathy, conhecida por sua teoria do Effectuation, observa que empreendedores de sucesso constroem o futuro com base nas redes que cultivam.
Eles não esperam as oportunidades: criam-nas em conjunto com seus contatos.
Isso significa usar o networking não apenas como meio de visibilidade, mas como plataforma de cocriação.
Reuniões, eventos e grupos profissionais são apenas o início. O que diferencia o networking eficaz é a capacidade de transformar conversas em colaborações reais, parcerias e aprendizado mútuo.
Relacionamentos duradouros são o verdadeiro ROI do networking
No fim das contas, o networking que realmente importa é o que resiste ao tempo e aos interesses passageiros.
Empresários e empreendedores que cultivam conexões com empatia, propósito e constância colhem resultados que vão muito além dos negócios: reputação, credibilidade e influência.
O verdadeiro poder do networking está em compreender que, em um mundo hiperconectado, quem mais compartilha é quem mais cresce.