Em uma conversa exclusiva, Sergio Zimerman fala sobre o momento histórico vivido pela Petz com a fusão com a Cobasi — um movimento que promete redefinir o setor pet no Brasil. À frente da companhia há mais de duas décadas, o fundador se prepara para uma transição estratégica, assumindo a presidência do conselho e deixando o comando executivo. Nesta entrevista, ele comenta os próximos passos da integração, os desafios de unir duas grandes marcas e reflete sobre sua filosofia de liderança e seus planos futuros no ecossistema empreendedor.
A fusão com a Cobasi muda completamente o mapa do varejo pet. Como serão os próximos passos e quais os maiores desafios para essa fusão?
A fusão entre Petz e Cobasi representa um marco importante para o varejo pet no Brasil. Estamos falando da união de duas empresas que compartilham valores, compromisso com inovação e excelência no atendimento ao cliente. Naturalmente, estamos acompanhando com serenidade o andamento do processo no Tribunal do CADE.
Se a aprovação for confirmada, a empresa resultante terá cerca de 10% de market share, o que reforça justamente essa diversidade de players no setor. Os próximos passos envolverão uma integração cuidadosa, respeitando a cultura e os talentos de ambas as companhias, com foco em gerar mais valor para o cliente, fortalecer nossos canais físicos e digitais e acelerar inovações em serviços veterinários, bem-estar animal e experiências omnichannel.
O maior desafio será exatamente fazer essa integração de forma responsável, transparente e com foco no longo prazo, garantindo que os ganhos de escala se traduzam em ainda mais qualidade, competitividade e propósito para o nosso ecossistema pet.
Você irá assumir a presidência do conselho. O que muda, na prática, na sua rotina e no seu papel estratégico ao deixar o comando executivo e passar para o conselho?
Assumir a presidência do conselho marca uma nova etapa na minha trajetória com a Petz. Meu papel passa a ser o de apoiar a nova liderança, garantir a continuidade da cultura e reforçar nosso compromisso de longo prazo. Continuarei envolvido nas grandes decisões, ajudando a manter o alinhamento com nossa visão e propósito. É uma mudança de função, mas sigo 100% dedicado ao fortalecimento do ecossistema pet no Brasil.
Há planos de investir pessoalmente em novos negócios ou de atuar em outros conselhos?
Sim, sigo bastante envolvido com o ecossistema empreendedor, especialmente por meio da minha participação no Shark Tank Brasil. Além de investir pessoalmente em novos negócios, atuo como mentor dos empreendedores que embarcam comigo nessa jornada. Gosto de apoiar iniciativas inovadoras, com propósito claro e potencial de impacto.
Depois de mais de duas décadas à frente da Petz, como você descreveria sua filosofia de liderança?
Minha filosofia de liderança sempre foi baseada na confiança e na autonomia. Acredito que grandes resultados vêm quando reunimos pessoas talentosas, damos direção clara e espaço para que elas façam o que sabem fazer melhor. Nunca acreditei em microgerenciamento — meu papel não é resolver todos os problemas, mas garantir que o time tenha condições de encontrar as melhores soluções. Gosto de me ver como um maestro: escolho os melhores profissionais, crio harmonia entre as áreas e ajudo a orquestra seguir afinada. Liderar, para mim, é olhar para frente, antecipar oportunidades e abrir caminho para que a empresa avance com consistência e propósito.
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