pessoa lendo revista sobre empreendedor de sucesso

A estratégia do empreendedor que cria marca e foge da guerra de preços

Por

Anthony Dias

23 de dez. de 2025

A estratégia do empreendedor que cria marca e foge da guerra de preços

Por

Anthony Dias

23 de dez. de 2025

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Muitos negócios estagnam porque caem na armadilha de serem apenas revendedores de produtos que qualquer um pode comprar. A verdadeira virada de chave no empreendedorismo acontece quando o dono deixa de ser um vendedor de caixas e passa a ser dono da marca. Utilizar a capacidade produtiva da China aliada a uma estratégia de branding sofisticada é o caminho mais curto para sair da vala comum das commodities e construir um ativo que tenha valor de mercado e potencial de escala através de canais próprios.

O perigo de vender o que todo mundo vende

Revender produtos de terceiros é a maneira mais fácil de começar, mas a mais difícil de manter. Quando você vende o mesmo item que o concorrente, a única variável de decisão do cliente é o preço.

Isso esmaga as margens de lucro. Segundo estudos da McKinsey & Company, empresas que focam apenas em eficiência de preço tendem a ter ciclos de vida mais curtos do que aquelas que investem em diferenciação de produto e marca.

O empresário inteligente percebe que precisa ter controle sobre o produto. Criar uma marca própria (Private Label) permite descolar o preço do custo.

Você não vende mais um cabo USB de 10 reais; você vende um acessório de alta performance, com embalagem premium e garantia estendida, por 50 reais. A percepção de valor muda completamente o jogo financeiro.

Empreender na Prática e Construir uma Marca

O empreendedorismo prático começa com a construção de uma marca autêntica, que comunica valor e se conecta com seu público. Em momentos de crise, como a pandemia, essa identidade sólida se torna um farol, enquanto a criatividade surge como diferencial para reinventar canais de venda e engajar clientes de forma personalizada.

A China como parceira industrial e não lojinha

Existe um mito de que importar da China serve apenas para comprar bugigangas baratas. A realidade é que a China é o chão de fábrica do mundo para marcas de luxo e tecnologia de ponta. O segredo está em saber buscar fornecedores OEM (que fabricam conforme seu desenho) e não apenas comprar o que está na prateleira do Alibaba.

A personalização começa na fábrica. Alterar materiais, cores e funcionalidades é o que cria a exclusividade. Relatórios da Bain & Company mostram que a cadeia de suprimentos asiática evoluiu para permitir customização em lotes menores, facilitando a entrada de novos players.

Quem domina a importação técnica cria produtos que a concorrência local não consegue copiar, pois a barreira de entrada não é apenas o capital, mas o conhecimento do processo produtivo.

Networking é a segurança da importação

Ninguém faz comércio exterior sozinho. O sucesso de uma operação de importação e criação de marca depende visceralmente da qualidade da sua rede de contatos. Você precisa de despachantes aduaneiros confiáveis, agentes de inspeção na origem e advogados tributaristas.

O networking nessa área não é sobre trocar cartões em coquetéis, é sobre ter quem valide a idoneidade da fábrica do outro lado do mundo. Participar de missões empresariais e feiras internacionais (como a Canton Fair) coloca o empreendedor em contato com a elite da produção global. A confiança na cadeia de suprimentos é o que garante que o produto chegue com a qualidade prometida e no prazo certo para o Natal.

A experiência do cliente como fosso defensivo

Com o produto em mãos, a batalha se move para a percepção. A pandemia ensinou que o canal digital é soberano, mas também que ele é frio. A marca precisa aquecer essa relação. O "unboxing" (experiência de abrir a caixa), o atendimento humanizado e o pós-venda proativo são competências que transformam compradores em fãs.

Dados da Kantar BrandZ indicam que marcas com forte conexão emocional se recuperaram três vezes mais rápido das crises econômicas recentes do que marcas puramente funcionais. O empresário deve investir em design e narrativa.

A embalagem e a história que você conta vendem tanto quanto o produto. É isso que justifica o preço premium e fideliza o cliente.

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Preparando o terreno para franquear

O objetivo final de criar uma marca própria e processos de importação bem definidos é a escalabilidade. Quando você tem um produto exclusivo, uma marca forte e uma margem de lucro saudável, seu negócio se torna "franqueável". Você deixa de ter apenas uma loja para ter uma rede de distribuição.

A padronização é a chave. Se o seu processo de importação garante estoque constante e sua marca garante desejo, outros empreendedores vão querer comprar o seu modelo de negócio. Transformar sua empresa em uma franqueadora é o ápice da criação de valor, pois você passa a lucrar com o sucesso de terceiros, alavancado pela infraestrutura que você construiu.

A criatividade salva o negócio da estagnação

Em tempos de crise ou mudanças bruscas de mercado, a rigidez quebra. A criatividade aplicada aos negócios, seja para pivotar um produto que não vendeu ou para encontrar um novo canal de vendas no TikTok, é a competência de sobrevivência.

O novo perfil de empresa vencedora é aquele que une a rigidez logística da importação com a flexibilidade criativa do marketing brasileiro. Quem une a eficiência da China com a emoção do Brasil domina o mercado. O empresário que entende essa equação para de competir por centavos e começa a construir um legado de milhões.

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