
Estudos da professora Herminia Ibarra, da London Business School, mostram que o networking eficaz não se baseia na quantidade de contatos, mas na diversidade e qualidade das relações. Ter uma rede composta apenas por pessoas do mesmo setor limita a inovação e reduz o alcance das oportunidades.
O segredo está na rede invisível
A pesquisadora Francesca Gino, da Harvard Business School, destaca que os contatos menos frequentes (os chamados laços fracos) costumam gerar as oportunidades mais transformadoras.
Eles atuam como pontes entre diferentes mundos, oferecendo acesso a informações que o círculo íntimo não possui.
Por isso, os profissionais mais influentes são aqueles que cultivam não apenas os relacionamentos próximos, mas também a rede periférica: os antigos colegas, mentores distantes e parceiros de projetos passados. Essas conexões silenciosas formam o que Gino chama de “rede invisível de valor”.
Conectando com Propósito
O networking estratégico é a arte de construir relacionamentos valiosos com intenção clara. Não se trata de quantos contatos você tem, mas de cultivar conexões genuínas que geram oportunidades mútuas. Essa abordagem focada transforma uma simples rede de contatos em um ativo estratégico para o crescimento.
Networking não é autopromoção, é escuta ativa
Keith Ferrazzi, autor de Never Eat Alone, um dos livros mais influentes sobre o tema, afirma que a chave do networking está em fazer perguntas genuínas e ouvir com atenção real. Ao invés de tentar impressionar, os bons networkers se preocupam em compreender as dores e objetivos das pessoas com quem se conectam.
A Center for Creative Leadership reforça essa ideia: profissionais que adotam uma postura de escuta ativa constroem 45% mais conexões de longo prazo do que os que priorizam autopromoção. O valor de uma rede vem da confiança, e a confiança nasce da empatia.
Como cultivar conexões sem parecer interesseiro
Uma das grandes dúvidas sobre networking é: como me aproximar de alguém sem parecer que quero algo em troca? A resposta está na intenção.
Ferrazzi recomenda começar oferecendo valor - compartilhar um conteúdo útil, apresentar alguém relevante ou dar feedback construtivo.
Esse gesto inicial de generosidade quebra o gelo e estabelece o tom certo para a relação. Quando a ajuda vem antes do pedido, o vínculo se torna natural e duradouro.
A importância das microinterações
Networking não se constrói apenas em eventos ou reuniões. De acordo com estudo da MIT Sloan Management Review, microinterações (pequenas trocas informais, comentários em posts ou mensagens de reconhecimento) podem ser responsáveis por até 60% das novas conexões profissionais.
Esses contatos breves, quando feitos com autenticidade, reforçam a lembrança e a afinidade entre as partes.
Pequenos gestos constroem grandes reputações.
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Revisite sua rede, não apenas a amplie
Muitos profissionais acreditam que fazer networking é “conhecer mais pessoas”. Mas uma rede poderosa é aquela que se mantém viva.
O segredo está em revisitar conexões antigas, nutrindo relacionamentos de forma periódica e genuína.
A Harvard Business Review aponta que profissionais que reativam contatos antigos têm 24% mais chances de obter oportunidades relevantes do que aqueles que só buscam novos contatos. O networking maduro é feito tanto de expansão quanto de manutenção.
O networking como filosofia de vida
Mais do que uma ferramenta de negócios, o networking é uma forma de enxergar o mundo.
Quem entende seu valor deixa de agir por interesse e passa a atuar por propósito; conectando pessoas, ideias e soluções.
O bom networker é um construtor de pontes. E toda ponte sólida começa com um gesto simples: oferecer valor antes de esperar retorno.




