
Muito se fala sobre automação e inteligência artificial, mas o verdadeiro impacto dessas ferramentas aparece nos bastidores: nas decisões estratégicas, na organização dos dados e na forma como os times de vendas atuam. Três especialistas mostram como tecnologia e inteligência comercial estão se tornando pilares para escalar resultados sem perder o fator humano.
O novo capital de giro das empresas
Raphael França, fundador da Radar Scout, afirma que dados bem utilizados deixam de ser um relatório para virar uma bússola. “O dado é o novo capital de giro das equipes de vendas. Quem usa bem, vende melhor e com menos desperdício”, diz. Para ele, a inteligência comercial vai além do planejamento: é ela que dá velocidade às decisões, reduz erros e revela onde estão as reais oportunidades de conversão. “Não adianta esforço sem direção. Dados de qualidade apontam o caminho e permitem ajustes rápidos antes que o prejuízo apareça.”
Contato humano ainda é estratégico
Stavros Frangoulidis, especialista em Eficiência Comercial B2B e CEO da PaP Solutions, complementa: “O papel da tecnologia não é substituir o contato humano, mas garantir que ele aconteça com quem realmente importa.” Ele explica que IA e automação são aliadas poderosas no processo de qualificação. “A IA segmenta, ranqueia, prevê. A automação prepara o terreno. O vendedor entra na hora certa, com o discurso certo. Isso reduz a fricção, encurta o ciclo e aumenta as chances de fechar negócio.”
É preciso conhecer suas necessidades
A tecnologia, segundo Stavros, precisa ser aplicada com propósito. “Implementar IA sem saber o que se quer resolver é um erro comum. Muitas empresas pulam etapas, adotam ferramentas sem revisar processos ou sem definir seu cliente ideal. A consequência é o caos: dados desatualizados, mensagens genéricas e vendedores perdidos em cadências que não fazem sentido.”
Integração de sistemas otimiza tempo e gastos
No WhatsApp, canal cada vez mais presente nas jornadas de compra, a automação já é um divisor de águas. Marcelo Moretti, CEO da Runus, explica que as integrações com CRM e sistemas de pagamento permitem uma comunicação mais fluida, inteligente e personalizada. “A automação no WhatsApp reduz o tempo de resposta e coleta dados importantes antes mesmo do contato humano. Com isso, o atendente já chega com contexto e pode ser mais consultivo. E o cliente percebe o valor disso.”
Além da eficiência, a automação também impacta os custos. “Você escala atendimento sem escalar equipe. E com as integrações certas, o bot conversa com o ERP, puxa dados de compra, sugere ofertas e até dispara alertas para o time comercial. É uma engrenagem inteligente que gera retorno real”, completa Marcelo.
Uso da tecnologia deve ser estratégico
O consenso entre os especialistas é claro: tecnologia só gera valor quando está a serviço da estratégia. E, nesse cenário, dados confiáveis, processos bem mapeados e times preparados são tão importantes quanto os sistemas em si. O futuro das vendas pertence a quem sabe usar a inteligência — humana e artificial — de forma integrada.
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