Diretamente do Senado Federal, onde acompanha de perto as votações da maior mudança fiscal das últimas décadas, Douglas Rodrigues, chefe de redação do Portal da Reforma Tributária, faz um alerta claro: o Brasil entrou, de fato, em uma nova era tributária. Após anos de debates e tentativas frustradas, a unificação de tributos como PIS, Cofins, ICMS e ISS começou a sair do papel, dando origem ao novo IVA brasileiro, formado pela CBS e pelo IBS.
Novas regras vão além da simplificação
Segundo Douglas, o impacto da reforma vai muito além da simplificação administrativa. A consolidação das regras em um único marco legal representa uma ruptura com o modelo fragmentado que vigorava até agora. “Antes, eram milhares de normas espalhadas entre estados e municípios. Hoje, a estrutura da reforma está concentrada em um único documento. Isso, por si só, já é uma revolução”, afirma.
Alguns setores devem pagar mais impostos
O jornalista ressalta, no entanto, que a transição não será neutra para todos. Setores que historicamente recolhiam menos impostos — especialmente serviços e profissionais que não contribuíam com PIS e Cofins — tendem a sentir aumento de carga. Já parte da indústria pode se beneficiar do novo sistema de créditos e débitos, que reduz a cumulatividade e altera a lógica de tributação ao longo da cadeia.
Desafios e transição nos próximos anos
Ao longo da conversa, Douglas analisa ainda os desafios da transição até 2033, os riscos para empresas que não se prepararem desde já e o que a experiência internacional revela sobre os efeitos do IVA no médio prazo. Ele compara modelos adotados em outros países e antecipa mudanças que devem afetar diretamente médias e grandes empresas brasileiras.
Entrevista completa de Douglas Rodrigues
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