
Nenhum empresário tem todas as respostas. O ambiente de negócios atual é instável, complexo e cheio de variáveis fora de controle. Mas enquanto alguns paralisam diante da incerteza, outros aprendem a decidir com método, não com impulso. Tomar decisões em tempos incertos é uma habilidade que pode, e deve, ser desenvolvida com base em dados, cenários e autoconfiança racional.
Planeje para cenários, não para certezas
A London Business School ensina que o erro mais comum na gestão estratégica é planejar como se o futuro fosse previsível. Empresas resilientes usam o modelo de planejamento por cenários: elas desenvolvem três versões possíveis do futuro: otimista, realista e crítico - e criam planos de ação compatíveis com cada um.
Essa técnica permite reagir rapidamente quando o contexto muda, sem abandonar a visão geral. A Harvard Business Review destaca que companhias que aplicam essa prática têm 25% mais agilidade na tomada de decisão e 30% menos perdas operacionais em crises. Planejar para o incerto não é pessimismo, é maturidade gerencial.
Negócios que Crescem de Verdade
Diferente do crescimento linear, a escalabilidade vem de modelos replicáveis, tecnologia eficiente e processos automatizados que amplificam resultados. Esse é o caminho para expandir impacto e receita de forma sustentável, criando um negócio que não apenas cresce, mas se multiplica.
Colete dados, mas decida com critério
O excesso de informação pode ser tão perigoso quanto a falta dela. Segundo a McKinsey & Company, líderes que confiam apenas em relatórios e não desenvolvem discernimento perdem até 17% de eficiência decisória.
A melhor decisão nasce do equilíbrio entre análise e intuição fundamentada.
Daniel Kahneman, Nobel de Economia, chama isso de pensar devagar depois de pensar rápido: agir com base na intuição, mas validar com lógica. O segredo é criar um processo de decisão em duas etapas (coleta e validação) antes de qualquer movimento estratégico relevante.
Teste antes de comprometer
Empreendedores de sucesso raramente “apostam tudo” em uma única decisão. Eles testam em escala reduzida, observam resultados e ampliam progressivamente. Esse princípio, inspirado no effectuation de Saras Sarasvathy, reduz o impacto do erro e aumenta o aprendizado.
Empresas que aplicam microtestes, versões piloto de novos produtos, campanhas ou processos, conseguem medir o potencial real sem comprometer capital desnecessário. Arriscar de forma controlada é o que diferencia decisões ousadas de decisões inconsequentes.
Converse com quem discorda de você
A Harvard Business Review afirma que líderes que incentivam dissonância construtiva tomam decisões mais robustas. Ouvir apenas quem concorda cria uma falsa sensação de segurança. Empresários estratégicos buscam opiniões divergentes para identificar pontos cegos e antecipar riscos.
A pesquisadora Amy Edmondson chama isso de segurança psicológica: o ambiente onde questionar não é visto como desafio, e sim como colaboração. Empresas que cultivam esse tipo de cultura reduzem falhas críticas em até 40%, segundo estudos da própria Harvard.
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Acerte no ritmo da decisão, não na velocidade
Nem toda decisão precisa ser imediata, mas nenhuma pode ser indefinida. A London Business School sugere dividir as decisões entre “rápidas e reversíveis” e “lentas e irreversíveis”. As primeiras pedem ação; as segundas pedem reflexão.
Saber qual tipo está diante de você é o que separa o gestor ansioso do estrategista disciplinado. A velocidade ideal é aquela que protege o futuro sem travar o presente.
Decidir é o ato mais nobre da liderança
Tomar decisões sob incerteza não é um talento, é um exercício de responsabilidade.
Empresários que decidem com método transmitem confiança para suas equipes e estabilidade para o negócio.
E quando erram, corrigem rápido, porque a decisão mais importante é sempre a próxima.
No fim, o papel do empresário não é prever o que vai acontecer. É agir com inteligência diante do que ainda não aconteceu.




