
O sistema financeiro passa por uma transformação silenciosa — e profunda. Com o avanço da tecnologia e o fortalecimento das fintechs, o modelo Bank as a Service (BaaS) vem ganhando espaço no Brasil e no mundo, permitindo que empresas de qualquer setor ofereçam produtos e serviços financeiros com sua própria marca.
Especialista explica o tema
Segundo Suzana Alves, diretora comercial da BMP, o BaaS é um modelo em que uma instituição financeira licenciada — geralmente um banco ou uma fintech regulada pelo Banco Central — oferece sua infraestrutura tecnológica e regulatória para que outras empresas possam criar e disponibilizar soluções financeiras personalizadas.
O BaaS funciona como uma ‘plataforma bancária pronta’
“Em termos simples, é como se o banco ‘emprestasse’ sua estrutura para que uma empresa não financeira pudesse lançar uma conta digital, um cartão ou uma linha de crédito sem precisar se tornar um banco de fato. Assim, o BaaS funciona como uma ‘plataforma bancária pronta’, conectada via APIs, que integra serviços financeiros de forma ágil, segura e dentro da regulação do sistema financeiro nacional”, explica Suzana.
BaaS abre novas oportunidades
O modelo abriu caminho para que empresas de praticamente qualquer setor ofereçam soluções financeiras próprias. “Os maiores potenciais estão em negócios com grande base de clientes recorrentes, que já conhecem o comportamento de consumo e conseguem reduzir significativamente o risco de crédito”, observa.
Mercado digital impulsiona o formato
A executiva explica que o movimento é impulsionado por plataformas digitais e marketplaces com estrutura tecnológica robusta.
“Essas empresas já possuem milhões de clientes e buscam monetizar suas relações através de serviços financeiros — sem enfrentar o custo e a complexidade de se tornar uma instituição financeira autorizada. Também há forte demanda de fintechs de nicho, que utilizam o BaaS para testar modelos de negócio dentro do sandbox regulatório do Banco Central, reduzindo barreiras de entrada”, completa Suzana.
Modelo é vantajoso para clientes
Para o cliente final, o impacto é direto: mais conveniência e integração.
“A principal mudança está na fluidez da jornada. Quando a empresa oferece serviços financeiros próprios, o cliente deixa de precisar migrar entre múltiplos aplicativos ou instituições — ele encontra tudo dentro do mesmo ecossistema: fazer um pagamento, solicitar crédito ou investir”, finaliza.




