
Empresas familiares são peças-chave da economia brasileira, mas sua continuidade depende de algo frequentemente adiado: o planejamento da sucessão. Quando estruturada com antecedência, a transição de liderança fortalece a profissionalização da gestão e assegura a preservação dos valores fundadores — fatores que aumentam as chances de longevidade dos negócios.
Planejamento da sucessão deve começar cedo
Para Julian Tonioli, sócio-fundador da Auddas, o processo sucessório ideal começa cedo. “É importante definir, ainda na juventude dos herdeiros, quais papéis eles poderão ocupar e quais competências precisam desenvolver. Formar um CEO leva mais de uma década”, explica. Quando não há herdeiros preparados ou interessados, Tonioli defende a transição para uma gestão profissional, com os fundadores assumindo um papel ativo em conselhos consultivos ou administrativos.
Capacitação técnica deve ser decisiva
A profissionalização, segundo ele, é essencial antes mesmo da sucessão. Isso significa estabelecer critérios técnicos para todas as funções, com responsabilidades claras e foco em meritocracia. “Um membro da família deve ocupar um cargo apenas se atender aos mesmos requisitos de um profissional de mercado. Essa clareza reduz conflitos e garante a sustentabilidade do negócio”, afirma.
Transições graduais facilitam o processo
Ariane Marta, diretora da Brasct Contabilidade, conhece esse processo de perto. Representando a terceira geração no comando da empresa, ela relata uma transição gradual. “Passei por todos os setores antes de assumir a liderança. Isso me deu segurança para tomar decisões com responsabilidade e respeito à história da Brasct”, conta.
Encontrar equilíbrio é um desafio
Para Ariane, o maior desafio está no equilíbrio entre tradição e inovação. “Os valores são inegociáveis, mas os produtos, serviços e formas de atuação precisam evoluir. Inovar também é uma forma de honrar o legado.”
Planejamento estratégico, governança corporativa e conselhos bem estruturados são ferramentas indispensáveis para garantir a perenidade das empresas familiares. A chave está em não tratar a sucessão como um evento pontual, mas como um processo contínuo — que respeita o passado e prepara o futuro.
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